Segundo a FAO, em 2019, estimava-se entre um quarto e um terço de desperdício mundial de alimentos produzidos por ano. Em números representa cerca de 1.3000 bilhões de toneladas de alimentos, separando-se por tipo seria de produto, corresponderia a: 30% dos cereais, entre 30 e 50% das raízes, frutas, hortaliças e sementes oleaginosas, 20 % de carne e produtos lácteos e 35% dos peixes.

Uma solução para melhorar esse contexto e que foi vencedora do  Prêmio James Dyson* em sustentabilidade em 2020 seria a inovação do estudante filipino de engenharia Carvey Ehren Maigue, da Universidade de Mapua: o AuREUS System Tecnology.

Esse painel solar é formado por um sistema que converte a radiação UV em luz visível e gera eletricidade (50% do tempo mais potente que painéis solares convencionais, que variam de 15 a 22% do tempo). Para sua aplicação é necessária uma superfície ou estruturas pré-existentes, como vidros de edifícios e um outro diferencial pode ser aplicada verticalmente comparando-se com o sistema tradicional que é horizontalmente e necessita de superfícies maiores.

Qual a relação com a redução de desperdício?

Para produção dos painéis frutas e vegetais ou resíduos deles são triturados ou realiza-se a extração dos seus sucos e as etapas subsequentes seria a filtração, destilação ou maceração. Essas partículas são suspensas em resina e realiza-se a moldagem na superfície que será aplicada.

Com o AuREUS as safras da agricultura atingidas por fenômenos naturais como tufões, frutas e vegetais que seriam desperdiçados poderiam ser aproveitadas para gerar energia.

Por que AuREUS?

Está relacionado com o fenômeno da aurora boreal, pois é uma analogia do que acontece com a conversão de partículas luminescentes da atmosfera que absorvem raios UV ou gama, são degradados e emitidos como luz visível. A diferença é que nesse sistema essas partículas luminescentes são provenientes das extrações das frutas e verduras. Dessa forma, convertem a luz ultravioleta em luz visível, refletida para as bordas do painel e ocorre a conversão em energia elétrica, realizada pelas células fotovoltaicas que pode ser utilizada ou armazenada.

Depoimento de Carvey

Em entrevista do Prêmio James Dyson, Cavey abordou sobre a importância da sustentabilidade: “Precisamos utilizar mais nossos recursos e criar sistemas que não esgotem nossos recursos atuais. Embora o AuREUS tenha como objetivo gerar eletricidade a partir de recursos naturais, também quero evidenciar que, mesmo que queiramos nos tornar mais sustentáveis, não é apenas a geração futura que nos beneficiaria, mas também nós, a geração presente”.

E para o futuro?

 “Estamos desenvolvendo a inovação para placas curvas para aplicação em carros elétricos, aviões e até barcos. O AuREUS tem a chance de trazer a captação de energia solar para mais perto das pessoas e de forma mais acessível”, afirmou Carvey.

*Prêmio James Dyson: é um prêmio internacional de design gerenciado pela Fundação James Dyson. A invenção tem que ter como proposta a resolução de um problema.    

Autor: Mayara Athayde, Relacionamento IRSFD

Fontes:

Texto:

Entrevista Carvey Ehren Maigue. Disponível em < https://www.jamesdysonaward.org/> Acesso em Dez de 2020.

Estatísticas da FAO. Disponível em: < http://www.fao.org> Acesso em Dez de 2020.

Foto: Extração das partículas de frutas e vegetais para o desenvolvimento da placa solar. https://www.jamesdysonaward.org