O papel da indústria nas Doenças Transmitidas por Alimentos – parte 1
No segundo dia da conferência, na parte da tarde, Ian Williams, Ph.D., Diretor do Departamento de Prevenção e Resposta de Surtos do CDC, Estados Unidos, palestrou sobre o papel da indústria nas DTAs – Doenças Transmitidas por Alimentos.
Ian mostrou que a cadeia de produção de alimentos exige uma complexa atividade humana, e que a contaminação dos alimentos pode acontecer em qualquer elo desta cadeia, mas que existem pontos específicos para fazer o sistema mais seguro.
Com o passar do tempo houve uma grande mudança na produção de alimentos. No passado o cenário era de produção local, com uma pequena distância da fazenda para mesa e a distribuição localizada nas redondezas. Hoje em dia, o cenário é de dispersão, temos menos produtores, porém bem maiores, com uma ampla distribuição, maior número de alimentos importados e prontos para o consumo, e novas técnicas para a produção, processamento e preparação. Apesar das facilidades, hoje existem mais riscos.
As toxinfecções com origem em alimentos contaminados são comuns e custam caro, mas podem ser evitadas. Nos Estados Unidos, a cada ano 48 milhões de pessoas ficam doentes (1 em cada 6 americanos), 128 mil são hospitalizadas, 3.000 morrem e acontecem 1000 surtos de origem alimentar. Apenas com a Salmonella foram gastos $ 2,8 bilhões em custos relacionados com a saúde, enquanto a prevenção de um único caso fatal de infecção por E. coli O157 permitiria poupar cerca de 7.000 mil dólares.
Fonte: slides da Conferência
Assim fica a pergunta: o que faz um agente patogénico causar uma doença de origem alimentar? Ian explica que, para tal, o agente deve: causar doença em seres humanos, estar presente no alimento e provocar a doença após o consumo de alimentos contaminados.
Conhecer e investigar os surtos de DTAs é indispensável para o reconhecimento do papel das diversas partes envolvidas, bem como no auxílio de tomadas de mediadas que ajudem na prevenção destas doenças. A figura abaixo mostra que o sucesso da investigação de surtos de doenças transmitidas por alimentos depende da colaboração de todas as partes envolvidas.
Fonte: slides da Conferência
Durante a palestra, ele nos apresentou o PulseNet, uma rede nacional para a sub-tipificação molecular de microrganismos usada como apoio na vigilância sanitária de alimentos. Esta rede é constituída por mais de 80 laboratórios de pelo menos um em cada estado dos Estados Unidos. O sistema PulseNet de conecta as informações dos casos doenças transmitidas por alimentos em conjunto para detectar e definir os focos, usando o DNA “fingerprinting” das bactérias de cada caso isolado. O PulseNet compartilha esse DNA “fingerprinting” eletronicamente e é mantido na base de dados nacional do CDC.
O PulseNet analisa os dados e procura padrões similares dos últimos 2 a 4 meses. Quando um grupo de informações é identificado, o PulseNet notifica os epidemiologistas. A partir daí várias ações são iniciadas.
Não perca amanhã a continuação do meu relato sobre esta palestra!
Apoio de redação:Thaís Ferreira e Stela Quarentei
Apoio de publicação: Thaís Ferreira
Apoio de publicação: Thaís Ferreira
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