Conferência, dia 1: palestras Peter Embarek e Jean-Jacques Vandenheede

Conforme mencionei no post anterior, a Juliane Dias Gonçalves se prontificou a colaborar com o blog. Fico muito feliz com isso, pois compartilhamos a filosofia de apoiar o desenvolvimento da segurança de alimentos no nosso país.

Aqui vão duas reportagens que a Ju ajudou a postar, e que eu complementei com algumas imagens.


Agilidade na troca de informações sobre segurança de alimentos em um mundo globalizado

Peter Embarek, da OMS- Organização Mundial da Saúde, falou sobre a enorme importância de se agir de forma rápida e eficaz para minimizar os danos potenciais de um surto, preferencialmente antes de sua efetiva ocorrência ou da identificação do primeiro caso, o que é ainda mais relevante quando se considera a grande quantidade de produtos com distribuição global.

Ele apresentou o bem sucedido caso do recall de fórmula infantil contaminada com S. oranienburg ocorrido na Rússia em janeiro deste ano, que foi realizado de forma rápida e eficaz. Tratava-se de um produto belga, de longa vida de prateleira, que cruzou fronteiras e afetou uma população sensível. Embarek citou que canais de comunicação eficazes foram usados como o site da INFOSAN para o desdobramento do caso. A INFOSAN – International Food Safety Authorities Network é uma rede global de 177 membros para tratamento de emergências em segurança de alimentos, iniciativa conjunta da OMS e da FAO.

Peter comentou ainda sobre a importância de as indústrias compartilharem seus resultados rotineiros de análises microbiológicas e de contaminantes, pois elas acumulam um valioso banco de dados que os órgãos fiscalizadores jamais serão capazes de construir. A Juliane comentou sobre a dificuldade de se colocar isso em prática em países como o nosso, no que eu concordo, mas nada é impossível caso se construa um esquema de proteção da fonte confiável. Ela cita que, em uma conferência da Eurofins, uma única rede de varejo brasileira apresentou dados de resíduos de pesticidas em frutas, verduras e legumes referentes a alguns meses, cujo volume de análises era superior ao da pesquisa do PARA, da ANVISA, referente a um ano inteiro.

Deixamos aqui um convite, imperdível, para você navegar no portal da INFOSAN: http://www.who.int/foodsafety/fs_management/infosan/en/index.html

Além de dados estatísticos, informações sobre doenças de origem alimentar e manuais para download gratuito, é possível aprender como usar o Global Outbreak Alert & Response Network para se comunicar e  minimizar os impactos daquilo todos nós trabalhamos para evitar: as ameaças à vida dos consumidores. Bom proveito!

A confiança do consumidor na era das mídias sociais

Em sua deliciosa palestra, o representante da Nielsen Bélgica, Jean-Jacques Vandenheede, fez uma rápida viagem no tempo abrindo nossos olhos sobre como tirar proveito dos meios de comunicação atuais e principalmente das redes sociais. 

O ultimo slide de Vandenheede vale por um resumo:                                      

Seja visível, rápido e organizado, consistente e humano.
 
50% da população mundial tem menos de 30 anos, 1 em 5 casais se conhece pela internet. Para as gerações Y e Z, o email está se tornando um canal obsoleto de comunicação dada a ampla utilização das redes sociais
 
Para a pergunta “o que faz você que você se decida a comprar ou não um produto ?”, a primeira resposta é: a recomendação de pessoas conhecidas (34%, sendo que a segunda resposta não passou de 13%)
 
Isso faria sentido para os nossos bisavós? Sim, claro. O ser humano continua humano, quer ouvir e compartilhar o que as pessoas de sua confiança têm a dizer. A diferença é que hoje, no Twitter por exemplo, uma opinião pode ter um alcance gigantesco. Um site com a manifestação das opiniões de consumidores já é a primeira fonte de consulta para confirmar ou não a qualidade de um produto
 
Pessoas de verdade dando seu depoimento sobre marcas e produtos têm grande valor para o consumidor
 

Em outra parte de sua palestra, Vandenheede abordou a seguinte questão: “Quanto você compreende das informações nutricionais e dizeres de embalagem?”

Será que no Brasil teríamos o mesmo resultado?


Agora, veja quantos disseram acreditar que as seguintes informações constantes dos rótulos são verdadeiras*

  • Calorias 33% 
  • Vitaminas 28% 
  • Gordura 23% 
  • Orgânico 16%  
  • Natural 14%

 (*) média global

Tire suas próprias conclusões se isso é bom ou ruim….

(Post editado em 17/02/2012 às 23:30 no horário de São Paulo) 



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