Empreendedorismo

O PAPEL DO EMPREENDEDORISMO NO CRESCIMENTO ECONÔMICO

“Estamos no meio de uma revolução silenciosa – um triunfo do espírito criativo e empreendedor da humanidade em todo o mundo. Acredito que seu impacto do século XXI será igual ou superior ao da revolução industrial dos séculos XIX e XX.

Jeffry A. Timmons, 1998

O papel do empreendedores como força motriz do crescimento econômico  vem sendo estudado e reconhecido, especialmente após, um dos mais influentes economistas do início do século XX, ter teorizado sobre o papel do empreendedorismo na econômica como fonte de inovação e mudanças tecnológicas de uma nação. De lá para cá várias teorias e escolas de empreendedorismo surgiram, além de estudos que procuram entender as razões que levam ao empreendedorismo, desde estudos de perfil comportamental até o papel do contexto sócio-econômico-político- cultural que pode estimular ou inibir a atividade empreendedora e o despertar do espírito empreendedor: se por necessidade ou por oportunidade.

Muitos estudos mostram que o empreendedorismo contribui para a geração de empregos e para o dinamismo da economia, independentemente dos fatores que o originam, seja por necessidade ou por oportunidade, visto que, em ambos os casos, há correlação do aumento do empreendedorismo com o crescimento de PIB e aumento de geração de empregos e do dinamismo da economia, claro que em maior ou menor grau dependendo do contexto, país ou região.

EMPREEENDEDORISMO NO BRASIL

A Pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM) realizada em 2019 pelo Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade – IBQP, revelou que a taxa de empreendedorismo total no Brasil alcançou 38,7%. As principais motivações levantadas foram, em ordem decrescente: por necessidade, para fazer diferença no mundo, para construir renda alta ou ainda para continuar uma tradição familiar.

As Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP) têm uma fatia representativa da economia do Brasil, representando aproximadamente 98,5% do total de empresas privadas, 27% do PIB e empregando 54% dos trabalhadores formais.

Juridicamente essas empresas deveriam ter um tratamento diferenciado e favorecido, conforme previsto na Lei 123/2006 “Lei Geral das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte”. Essa lei estabelece condições especiais de apuração e recolhimento dos impostos e contribuições, cumprimento de obrigações trabalhistas e previdenciárias, acesso ao crédito e ao mercado etc., o que nem sempre acontece, vide as dificuldades amplamente relatadas na imprensa enfrentadas pelos micro e pequenos negócios durante a pandemia em curso, ao tentar obter crédito para capital de giro junto aos bancos.

NA INDÚSTRIA

Dados da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA) de 2018 mostra que de um total de 36.100 indústrias de alimentos e bebidas, 78,9% eram microempresas (ME) e 14,5% empresas de pequeno porte (EPP). Somadas essas porcentagens temos 93,4% das empresas do ramo de alimentos, parcela mais que significativa do setor em número de empresas. Segundo o site da ABIA consultado em 13-10-20, os associados da ABIA declarados no site são em torno de uma centena e respondem por 80% do setor, em valor de produção, portanto cerca de 36.000 empresas de alimentos e bebidas respondem por somente 20% do valor total faturado, demonstrando uma enorme concentração em torno dos grandes players.

NO COMÉRCIO

A pesquisa SEBRAE de 2017 para o setor do comércio varejista do Brasil para micro e pequenas empresas, mostrou as 10 maiores atividades:

>> ME – representa 47,2% do total de ME existentes no país:

– produtos alimentícios em minimercados, mercearias e armazéns com 4,3%; lanchonetes, casas de chá, de sucos e similares com 2,8%; restaurantes e similares com 2,8% e bebidas com 0,9%

>> EPP – representa  45,7% do total de EPP existentes no país:

– mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios com 3,4%; restaurantes e similares com 2,8% e lanchonetes, casa de chá, sucos e similares com 1,4%.

Esses dados revelam a importância do empreendedorismo e a motivação para incorporá-lo na causa do IRSFD. Esse ano iniciamos em parceria com a JCT, com oficinas de temas que possam contribuir para o crescimento e desenvolvimento dessas empresas, saiba mais acessando nossos projetos. E temos outro projeto de caráter social, visando através do empreendedorismo desenvolver comunidades em vulnerabilidade social oferecendo a oportunidade de uma fonte de renda.

SOBRE A INFORMALIDADE

Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) divulgados pelo IBGE mostram que em a taxa de informalidade – soma dos trabalhadores sem carteira, trabalhadores domésticos sem carteira, empregador sem CNPJ, conta própria sem CNPJ e trabalhador familiar auxiliar – atingiu seu maior nível desde 2016 no Brasil – 41,1%.

Infelizmente não encontramos estatísticas segmentadas recentes confiáveis sobre o número de empregos gerados pelas empresas das áreas de produção e comércio de alimentos e bebidas de porte ME e EPP, nem sobre o número de empreendedores informais na produção e comércio alimentos, mas sabe-se que são altos pois o empreendedorismo nesse setores é comum por terem poucas barreiras à entrada e custos de entrada acessíveis.

Quem tiver dados sobre estatísticas recentes confiáveis para nos fornecer, por favor entrar em contato conosco – acesse a área de Contatos.

VISÃO IRSFD

A partir dos dados enumerados, o IRSFD entende que, malgrado os esforços de várias entidades governamentais, privadas e do terceiro setor atuantes, o segmento de micro e pequenas empresas de alimentos e bebidas, sejam formais ou informais, merecem muito mais atenção e incentivos para realizar o imenso potencial que representam. Justamente assim é que a causa do IRSFD é o crescimento sustentável e criativo dos pequenos negócios da cadeia de produção de alimentos e bebidas, independentemente do elo da cadeia em que se encontre o empreendedor, valendo dizer a busca por compliance legal sempre fará parte de qualquer de nossos projetos.

Referências:

https://www.researchgate.net/publication/272682121_New_Venture_Creation

UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELOPMENT

ENTREPRENEURSHIP AND ECONOMIC DEVELOPMENT: THE EMPRETEC SHOWCASE, 2005.

Avaliação de resultados de um programa de treinamento comportamental para empreendedores–EMPRETEC. Autores: Rose Mary Almeida Lopes. Data Publicação 1999/3. Master’s Dissertation, Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo .

https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/109783/CNM0060-M.pdf?sequence=1

https://unu.edu/publications/articles/are-entrepreneurial-societies-also-happier.html

https://www.researchgate.net/publication/272682121_New_Venture_Creation

https://anprotec.org.br/site/lideres-tematicos/cidades-empreendedoras/

https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/26913-desemprego-cai-em-16-estados-em-2019-mas-20-tem-informalidade-recorde

Lei 123/2006 “Lei Geral das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte”. Disponível em < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp123.htm> 2006.

Perfil das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte. Disponível em <https://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/UFs/RO/Anexos/Perfil%20das%20ME%20e%20EPP%20-%2004%202018.pdf > . SEBRAE, 2018.

Pesquisa Global Entrepreneurship Monitor 2019. Disponível em: <https://ibqp.org.br/PDF%20GEM/Relat%c3%b3rio%20Executivo%20Empreendedorismo%20no%20Brasil%202019.pdf>.

Estatísticas Setor Indústria de Alimentos. Disponível em <https://www.abia.org.br/>.

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