Um dos mais interessantes painéis para mim foi o Pre-Farm Gate, moderado por Cenk Gurol, Presidente do Grupo Global Æon SCM do Japão. Cenk relatou que o Grupo Global Æon SCM é uma subsidiária funcional do Grupo Æon, e tem como missão a obtenção de uma cadeia de abastecimento sustentável e responsável, de ponta a ponta. “O Grupo Æon, por sua vez é o maior grupo de varejo do Japão, composto por 252 empresas, com mais de 17.000 estabelecimentos, com formatos variados, incluindo superlojas, supermercados, lojas de conveniência e até lojas de especialidades, distribuídas em 14 países”.
Cenk Gurol, Grupo Global Æon SCM, Japão
Foto: Flickr/ GFSI
Neste painel participaram três especialistas da área de abastecimento: Trevor Suslow, Especialista e Pesquisador da Universidade da Califórnia, Estados Unidos;
Peter Begg, Diretor Global de Programas da Qualidade da Mondelez International, Estados Unidos, e
Jackie Healing, Diretora Executiva para Abastecimento Responsável, Qualidade e Tecnologia da Coles,
Austrália.
Trevor mostrou quão importante para a segurança de alimentos é gerenciá-la desde o primeiro estágio da cadeia de abastecimento, já na fazenda. Disse ele que “para os horti-fruti, a segurança deve ser prevista a partir da semente, e é o entendimento dos detalhes do sistema que faz toda a diferença. As soluções para a segurança dos alimentos não precisam ser complexas ou caras, mas devem ser abrangentes. As vias de contaminação microbiana são conhecidas: a água, o solo, os trabalhadores, os equipamentos e os animais. As normas para controlar estas rotas de contaminação devem ser específicas para a realidade das fazendas, por exemplo: não se deve mover animais ou manusear adubo perto das culturas, deve-se ter grau de limpeza apropriado da água usada para irrigação e para equipamentos, é essencial disponibilizar sanitários apropriados e exigir cuidados de higienização das mãos dos operadores, e é importante separar o processamento de alimentos da área da fazenda”.
Minha conclusão foi que resumidamente é o olhar do BPF/GMP aplicado à fazenda. Eu tirei fotos de alguns slides bem interessantes que ele apresentou, mas como não ficaram bons, procurei na internet e os achei, mas em branco e preto, e os reproduzo aqui.
Trevor Suslow, Universidade da Califórnia, Estados Unidos
Foto: Flickr/ GFSI
Slide da NC Cooperative Extension
Autoria: Trevor Suslow
Slide da NC Cooperative Extension
Autoria: Trevor Suslow
Slide da NC Cooperative Extension
Autoria: Trevor Suslow
Slide da NC Cooperative Extension
Autoria: Trevor Suslow
Peter Begg da Mondelez abordou o próximo estágio da cadeia, e descreveu como sua empresa age para conseguir que os fornecedores atendem os requisitos de segurança de alimentos. Peter relatou que a Mondelez tem um robusto programa interno para avaliar a implementação de uma das normas reconhecidas pelo GFSI para todas as fábricas. Ele disse que 80% de suas operações já são certificadas, e esta mesma abordagem foi compartilhada com os 3.000 fornecedores de matérias-primas em todo o mundo. Atualmente eles estão já com 50% dos fornecedores certificados.
Peter Begg, Mondelez International, Estados Unidos
Jackie Healing da Coles, rede varejista australiana, também abordou o elo do varejo. Ela descreveu sua jornada pessoal para conseguir implementar cultura da qualidade na Coles.
Ela começou primeiramente desenvolvendo sua equipe, e em 2006, todos os fornecedores foram convidados a obter a certificação em alguma esquema reconhecido pelo GFSI. Hoje os fornecedores trabalham em conjunto com suas consultorias e seus organismos de certificação. Jackie contou que ela optou por uma abordagem robusta, o que realmente mudou as percepções dentro da empresa. O Grupo Coles gasta atualmente por ano R$ 1 milhão de dólares em pesquisa, “pois para impulsionar a mudança, soluções científicas e corretas devem ser adotadas”, relatou ela. Jackie contou também que o maior benefício que ela percebeu, foi uma nova e mais sólida relação de confiança por parte de seus clientes. Ela concluiu o painel afirmando que para ter sucesso, “é necessário ter claro o objetivo, e ser implacável em sua perseguição”.
Jackie Healing, Coles,
Austrália
Meu comentário: cada vez mais se percebe que os cuidados de segurança de alimentos devem nascer na originação das matérias primas, indo mais além da conceito intra fábrica, chegando-se às práticas da pecuária, da agricultura e das indústrias químicas. E pelo que pude observar, cada vez mais especialistas se referem à importância de criar na empresa uma cultura de segurança de alimentos, o que vai além do mero cumprimento de requisitos de maneira tecnicista, devendo-se conseguir que os conceitos e objetivos de food safetysejam como que “carimbados” na alma de cada colaborador (ou tatuada, se preferir, já que tatuagem está cada vez mais popular, rsrsrs).
Bom fim de semana para vocês. Semana que vem tem mais posts. Aguarde!
Apoio de publicação: Thaís Ferreira
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