Food safety insanity

Colaboração de Graziela Alvarez, consultora independente, Los Angeles.

Eu participei de uma breakout session muito interessante que hoje compartilho com vocês. Nesta sessão, achei que Joanne Finer, Diretora de Garantia de Produto, Marcas Globais e Nutrição, do Grupo Fonterra Cooperativa, Nova Zelândia, foi muito corajosa em compartilhar conosco a experiência que a Fonterra viveu em 2013, quando enfrentou um significativo recall de inúmeros produtos contendo concentrado de proteína do soro de leite 80% WPC – Whey Protein Concentrate 80, com suposta contaminação por Clostridium botulinum.

Joanne Finer, do Grupo Fonterra Cooperativa, Nova Zelândia
Fonte: Flickr/ GFSI

Joanne convidou os participantes a vivenciarem uma experiência real de crise,  mostrando o que aconteceu e quais as lições aprendidas, de forma a ajudar profissionais e  empresas presentes a estarem melhor preparadas para lidar com situações de crise como essa.

Vou contar em poucas linhas a sequência dos fatos conforme relatado por Joanne, e quero instigá-los a refletir sobre as possíveis falhas no processo de decisão da empresa. Gostaria de desafiar vocês a criarmos um ambiente virtual de discussão para aprender com a experiência da Fonterra. Vocês podem enviar seus comentários e suas percepções a respeito, vendo no fim deste post instruções de como fazer para comentar. Quem sabe vocês não têm alguma experiência que queiram compartilhar comigo e demais leitores?

Fonte: :Slide de Joanne Finer

Sequência dos fatos: em maio de 2012, três lotes de WPC foram reprocessados porque suspeitava-se que o produto original continha pequenos pedaços de plástico. O reprocesso utilizado nesta ocasião foi diferente daquele normalmente aplicado, tendo-se utilizado uma peça da tubulação de transferência. Foi justamente nessa fase em que a contaminação por Clostrídio ocorreu. O WPC 80 reprocessado passou por todas as análises requeridas para um soro de leite de uso geral. O programa de análises para um ingrediente era bem menos rigoroso que aquele realizado em produtos terminados. Em 31 de julho de 2013, testes revelaram suspeita de Clostridium botulinum, o que por segurança, deu início ao recall em 2 de agosto de 2013.

 Nesse momento, um levantamento apontou que esses três lotes de WPC 80, equivalentes a 38 toneladas de produto haviam sido vendidos para oito clientes. Esses clientes eram produtores de terceira parte que o utilizavam na produção de fórmulas infantis e bebidas, misturados com outros ingredientes para produção de aproximadamente 1.000 toneladas de produtos finais.

Fonterra informou imediatamente o Ministério de Indústrias Primárias, deu início à retirada preventiva dos produtos nos oito clientes envolvidos e comunicou publicamente os resultados, bem como o risco potencial de segurança de alimentos. Em seguida a essa retirada preventiva, o Ministério encarregou outros quatro laboratórios a realizarem mais análises, dois nos Estados Unidos e dois na Nova Zelândia. Estas análises confirmaram em 28 de agosto, de maneira definitiva, que o WPC 80 continha Clostridium sporogenes e não C. botulinum.

A confiança do consumidor em relação à empresa, no entanto, já havia sido abalada, e grande quantidade de negócios haviam sido afetados.
Agora é com vocês: Como se proteger numa situação como essa? Aguardo seus comentários! Depois de manhã, na quinta feira, você poderá conferir se estava no caminho certo, comparando com o que fez a Fonterra, a partir das informações compartilhadas pela Joanne.
Nota: essa breakout session foi moderada por Frank Yiannas, Vice Presidente de Segurança de Alimentos, Walmart, USA


 Apoio de publicação: Thaís Ferreira
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