Global Markets Brasil – Parte 3
Pela primeira vez uma apresentação formal de um trabalho do Brasil na GFSC – Global Food Safety Conference anual da GFSI
Dando continuidade ao post anterior da Parte 2, aqui apresento a síntese da minha palestra sobre o Programa Global Markets Brasil, realizada durante a Conferência da GFSI em Berlim.
Ellen Lopes, palestra sobre Global Markets Brasil APAS, GFSC 2016, Berlim.
Auto foto: Crístian L. Roque
Primeiras iniciativas
Alguns varejistas do Brasil, entre eles o Walmart, inseriram o Global Markets em seus programas de seleção de fornecedores e em seus check lists. As empresas Cargill, ConAgra, General Mills-Yoki e Mondelez, formaram um grupo e treinaram vários fornecedores no Programa Global Markets.
Foto: material cedido por Roger Bont, Cargill.
Mas estas eram iniciativas isoladas!
Em 2015 a APAS abraçou o Programa Global Markets Brasil
Em nome da Food Design, eu participo das Conferências GFSI desde 2009, onde tive contato com vários grupos de stakeholders que se organizaram para incentivar a implementação do Global Markets. Alguns exemplos destas iniciativas: Metro, da Alemanha; AEON na Ásia; parceria público privada na Indonésia e o grupo organizado pela ASU, a União Argentina de Supermercados, que já é operante desde 2012.
Imbuída do espírito de ajudar o Brasil a embarcar nesta tendência, comecei a oferecer palestras gratuitas sobre o programa e suas vantagens, e junto com outros colegas procuramos alguns grupos como interlocutores, no início sem sucesso, até que em 2015, o Comitê de Segurança de Alimentos da APAS – Associação Paulista de Supermercados abraçou o desafio, com o inestimável apoio de representantes do GPA (Grupo Casino), Carrefour, Walmart, Sonda, Makro e Enxuto.
Sede da APAS – Associação Paulista de Supermercados em São Paulo
A Coordenação Geral do Programa Global Markets Brasil APAS ficou sob minha responsabilidade, com Coordenação Técnica pela Márcia Rossi do Walmart Brasil, que foi representada na GFSC 2016 pela Natalie Dyenson, do Corporativo do Walmart, Estados Unidos.
Desafios
O primeiro grande desafio foi harmonizar os diferentes check lists usados pelos “três grandes players“: GPA, Carrefour, Walmart, alinhando-os de forma explícita com o esquema Global Markets.
Após várias reuniões e análises comparativas com os requisitos Global Markets para a indústria, percebeu-se que, uma vez reorganizados e reagrupados, havia um “coração” Global Markets, acrescido de alguns requisitos adicionais.
Estes requisitos adicionais formam dois grupos, considerados por GPA, Carrefour, Walmart como obrigatórios,mas que para outras empresas podem ser opcionais:
– requisitos legais (exemplo alvará sanitário; registro na Anvisa, se for o caso), cuja verificação é delegada aos organismos de certificação na fase de seleção
– requisitos mais avançados da qualidade/ segurança de alimentos e requisitos de segurança operacional e sócio-ambientais.
Esquema gráfico o resultado da harmonização
Fonte: Tradução de slide da Conferência.
Autor: Ellen Lopes, Food Design & IRSFD.
Dica: para ampliar, clique na figura.
Outros desafios
Para acelerar e conferir agilidade para o Programa Global Markets Brasil, a solução foi o apoio através de uma organização não governamental, o IRSFD – Instituto de Responsabilidade Social Food Design, idealizado já há algum tempo por um grupo de profissionais, ONG esta que tem como objetivo adicionar valor a empresas de alimentos menos desenvolvidas, estimulando o exercício da responsabilidade social, com empreendedorismo, qualidade, segurança de alimentos e sustentabilidade.
Escopo
O Programa foi iniciado no âmbito do varejo, mas para que se crie um amplo movimento de evolução em torno da “linguagem Internacional” Global Markets, e assim facilitar o acesso de nossas indústrias de menor porte a novos mercados, nacionais ou internacionais, a participação do Programa Global Markets Brasil em breve será aberta a todas as indústrias de alimentos e bebidas e a todo o foodservice do Brasil, sejam as empresas clientes, ou fornecedores.
Site do Programa Global Markets Brasil
Previsão é lançar no primeiro semestre um hotsite do Programa, dentro do site da APAS. Neste hotsite, além do check list em português do Global Markets para níveis Básico e Básico + Intermediário, cuja tradução foi cedida gentilmente pela IFS, serão incluídos:
– os requisitos adicionais exigidos pelo GPA, Carrefour, Walmart
– um diretório das empresas que já participam do programa
– mecanismos de trocas de informações que ajudem a criar benefícios mútuos para todos os stakeholders interessados.
– os requisitos adicionais exigidos pelo GPA, Carrefour, Walmart
– um diretório das empresas que já participam do programa
– mecanismos de trocas de informações que ajudem a criar benefícios mútuos para todos os stakeholders interessados.
Para as empresas que adotarem a pontuação do sistema Global Markets IFS, a IFS ofereceu incluir no hotsite do Programa Global Markets Brasil um link para seu próprio site internacional, o que trará a estas empresas visibilidade mundial, além de poderem ter acesso a um software que facilita o gerenciamento de suas auditorias. Nota: a menção da IFS não implica em obrigatoriedade de sua adoção, já que a adoção de uma norma ou esquema é decisão própria de cada empresa.
Se você tiver interesse em receber mais informações sobre o Programa Global Markets Brasil, ou quiser ser um voluntário para contribuir com a parte técnica do Programa, escreva para ellen.lopes@irsfd.org.br.
Se você quiser receber a tradução do check list do Global Markets IFS para níveis Básico e Básico + Intermediário, escreva para Caroline Nowak: cnowak@ifs-certification.com.
Se você quiser receber a tradução do check list do Global Markets IFS para níveis Básico e Básico + Intermediário, escreva para Caroline Nowak: cnowak@ifs-certification.com.
Agradecimentos
À APAS, em especial ao Paulo Pompílio e Roberto Borges
Ao Grupo Técnico:
Márcia Rossi, Walmart
Júlia Carlini, Carrefour
João Ricardo Stein, GPA
Alexandre Momesso, Sonda
Tatiane Amaral, Makro
Juliana Onodera, Enxuto
À Roger Bont, da Cargill, pela cessão do material de treinamento.
À Caroline Nowak, IFS Brasil, pela tradução e futuro link para site IFS.
Agradeço também ao Leonardo Lima do McDonald’s Brasil, que participou do grupo Global Markets organizado pela ASU, e que me ajudou na estratégia de busca de apoios.
Que você achou do iniciativa do Comitê de Segurança de Alimentos das APAS de abraçar no Brasil o Programa Global Markets?
O IRSFD é responsável por organizar o voluntariado para contribuir com as tarefas do Programa Global Markets Brasil APAS, como traduções, redação de cases, publicação de material de apoio etc. Se você é um voluntário e quer contribuir, escreva para ellen.lopes@irsfd.org.br
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Ellen, boa tarde,
tentei enviar um email mas está retornando, favor informar outro.
Grato,
Edson Cruz
http://www.visatecconsultoria.com.br
Estimada Ellen Lopes. Gostei muito da disponibilização das informações referentes ao Programa Global Markets Brasil. Continuarei acompanhando. É difícil, mas acho que tratar o assunto com distribuidores atacadistas de hortifrutis (CEASA) eles estão mostrando abertura para adequações. Gostaria muito trabalhar com isso.
Grata e atenciosamente,
Niurka M. A. Haj-Isa
Olá! Em qual email você enviou? Tente no fooddesign@fooddesign.com.br para Tânia. Att, Ellen
Obrigada por seu comentário, Niurka. Achei sua ideia excelente! Você teria algum contato para eu tratar deste assunto lá no CEASA?
Desde já agradeço, att, Ellen
Este comentário foi removido pelo autor.