Resiliência, gestão de crises e adaptações às mudanças trazidas pela pandemia. O primeiro dia da Conferência GFSI 2021 trouxe visões e experiências diferentes, porém relacionadas ao mesmo tema – o momento que estamos vivendo. Líderes de grandes organizações e especialistas da área de Food Safety abordaram as adaptações que tiveram que promover em suas atividades, além de externar suas preocupações e expectativas para o que viveremos a seguir na área de alimentos.Um elemento que surgiu constantemente nas palavras dos palestrantes foi confiança (trust). Em um momento de incertezas, dúvidas e insegurança por parte da população mundial, transmitir confiabilidade aos consumidores é fundamental para a sustentabilidade dos negócios. Externar e deixar claras as medidas que estão sendo tomadas pela organização, sejam elas de ordem prática (intensificação e/ou revisão de procedimentos de higienização, por exemplo) ou estratégica, são importantes iniciativas para aproximar consumidores, colaboradores e fornecedores.

Conectada a isso, foi reforçada a importância do nosso papel, como profissionais e instituições preocupados com a segurança dos alimentos, na divulgação de informações técnicas embasadas pela ciência, disponibilizadas através de fontes confiáveis, com o objetivo de compartilhar conhecimento com os consumidores e desmentir notícias que não possuem o aval da ciência, que eles chamaram de “fear marketing” (Marketing do medo). “Temos a ciência ao nosso lado”, foi reforçado na palestra sobre Comunicação de Crises, com os convidados Dr. Donna Garren (American Frozen Food Institute – AFFI) e Dr. Scott Brooks (Tyson Foods). Isso se refere ao fato de não existir evidências da ciência que demonstrem risco de transmissão do vírus SARS-COV-2 através de alimentos.

Totalmente alinhada com o discurso sobre confiança, a transparência ganha cada vez mais destaque na cadeia de produção e fornecimento de alimentos em todo o mundo. Rastreabilidade deixa, definitivamente, de ser uma exigência normativa apenas, para ser uma necessidade de continuidade dos negócios de alimentos. Dar a possibilidade aos consumidores de conhecerem todas as etapas e envolvidos na colheita, produção e fornecimento do alimento deixa de ser algo impossível, passando a ser fundamental. E percebe-se o aumento da preocupação dos órgãos governamentais e técnicos, em prevenir incidentes graves e agilizar a atuação quando estes ocorrerem, buscando o controle e a minimização de impactos. Tecnologias serão aprimoradas para viabilizar a guarda e o acesso às informações. Para alcançar tais níveis de rastreabilidade, entende-se ser fundamental a colaboração entre os agentes da cadeia de fornecimento de alimentos – fornecedores, produtores, varejistas e Governos, conforme abordado na palestra sobre Regulamentação de Rastreabilidade, com Siobhan O’Bara (GS1) e Rick Buttner (IPC / Subway).

Os especialistas reforçaram a importância, através da colaboração dos agentes da cadeia de alimentos, da harmonização de regulamentos e protocolos, de forma a otimizar recursos e agilizar processos. Mondelez, Amazon e HelloFresh compartilharam um pouco sobre o que viveram no início da pandemia – em um espaço muito curto de tempo, viram seu perfil de consumidores, produtos e até processos mudar radicalmente. Investimentos por conta da pandemia na Amazon chegaram a 11 bilhões de dólares, incluindo alterações de infraestrutura (como o aumento do número de estações de lavagem das mãos), conforme apresentado por Caroline Easterbrook. Janet Cox, da HelloFresh, comentou que decisões que levariam semanas ou meses, precisaram ser tomadas rapidamente, baseadas na percepção de riscos do negócio e da operação.E o que virá depois, quando o mundo voltar ao que consideramos normal? Dirk van de Put, CEO da Mondeléz International, entende que crises criam oportunidades para pessoas e negócios. Ressurgir como uma organização fortalecida é o foco do executivo e sua equipe.

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– Portal e-food – www.portalefood.com.br

As publicações poderão ser intercaladas ou em paralelo nesses duas mídias.